quinta-feira, junho 07, 2007

Obrigada a dar aulas com Leucemia










Abraço - Paul Klee


“Morreu no passado sábado à espera da reforma, depois de há um ano lhe ter sido diagnosticada leucemia. Era professora na Escola Básica 2/3 de Cacia, em Aveiro, e, segundo noticia esta quinta-feira o Correio da Manhã, tinha batalhado pela aposentação que ainda não foi oficialmente decretada.
Manuela Estanqueiro, de 63 anos, tinha sido notícia no Correio da Manhã em Fevereiro, quando a Caixa Geral de Aposentações (CGA) a obrigou a regressar ao trabalho, sob pena de perder o vencimento.
Nessa altura, e tal como a própria testemunhou, «os 31 dias de serviço foram um verdadeiro inferno», com desmaios e vómitos diários e o agravamento do seu estado de saúde. Menos de quinze dias depois deu entrada nos Hospitais da Universidade de Coimbra e não voltou a ter alta médica.
Segundo o Correio da Manhã, a filha da professora, Teresa Silva, está revoltada com «a cruz que a fizeram carregar» e não poupa críticas à CGA: «A minha mãe tinha mais de 30 anos de serviço, uma doença incurável e debilitante, e nada ficaria a dever ao Estado se lhe tivessem dado a aposentação».
A filha quer que alguém seja responsabilizado pelo que a mãe foi obrigada a passar nos últimos tempos de vida. «Acho que alguém tem de ser responsabilizado pelo que se passou e apenas desejo que o caso da minha mãe sirva de exemplo para que outras situações, que sei que existem, não tenham o mesmo desfecho triste».
Reforma chegou uma semana antes de morrer, mas não está oficializada
A batalha de Manuela Estanqueiro foi travada com a ajuda da Direcção Regional de Educação do Centro, mas mesmo assim a aposentação só lhe foi concedida uma semana antes da sua morte, apesar de ainda não ter sido publicada em Diário da República.
«A minha mãe viveu os últimos dias constantentemente preocupada com esta situação, que achava de uma injustiça extrema. De tal forma estava atormentada que, quando lhe marcaram nova junta médica em Lisboa, estava ela já internada em Coimbra, queria ir a qualquer custo, nem que fosse de ambulância», lembra ao jornal a filha de Manuela Estanqueiro.
Até ao momento não se verificou qualquer reacção por parte da Caixa Geral de Aposentações.”


Mas que crueldade! Como é que é possível?? Estamos numa era “neo-escravidão”?? Deveras revoltante
É este, o reconhecimento dado a alguém, que dedicou a sua vida a ensinar e a formar uns 30anos de pessoas.

3 comentários:

Narizinha disse...

É difícil engolir esta notícia...

indigo des urtigues disse...

Há coisas que parecem impossíveis..:S

Anónimo disse...

oi
nao tinha conhecimento desta noticias, mas acho que nem vou comentário, existem coisas que nem têm palavras....

"Deus" nos conserve a saúde, pq no estado que estão as coisas, mal daquele que precise dela!!

Beijinhos
CD